quarta-feira, 7 de maio de 2008

Dá aqui o meu green card

Por Leandro Demori

Como membro da Torcida Niilista Tricolor e dono da comunidade “Futebol-força é pleonasmo” sou obrigado a acreditar que o campeonato Brasileiro não existe. Veja bem – amarro meu cavalo em outras porteiras. Gauchão, que há desde 1919, é uma delas. Quando penso o que poderia ser um campeonato naquela época imagino hordas de soldados, peões, vagabundos e ex-escravos, todos vestido à morte de sapatos a se digladiar no barro. De dar orgulho a qualquer bretão.
Não há como não amar o nosso torneio particular cisplatino. Entre 1956 e 1968, por exemplo, o Grêmio ganhou 12 títulos, intercalados apenas por um do Inter em 61. Ninguém fez nada igual. Durante aquele período, aliás, os do lado de lá tinham ficado de fora de metade das finais, atrás dos fortes times do sul do Estado. O Cisplatinito é tão importante que qualquer Grêmio x 15 de Novembro leva 20 mil ao estádio.

E ninguém duvida que nosso torneio do ano é a Libertadores. É nela que todo gremista se realiza, se inspira e realimenta o azul. A Libertadores é a nossa cara, já dizia um adesivo do ano passado ali na minha geladeira. E eu acredito em adesivos. O campeonato nunca é completo sem o Grêmio.

O causo é que, agora, nada disso importa. Andamos parados e nosso foco maior é o torneio do país vizinho. Sábado tem Brasileirão, Morumbi, São Paulo. Precisamos de passaporte e visto para atravessar a fronteira. E o pior é que não há como ver o Grêmio brigar por nada que envolva Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro, Fluminense, Inter e o próprio São Paulo. Já largamos na quarta fila e com o técnico segurando capim pela raiz.

Vejo jogos na TV e penso no time do Grêmio que está espalhado por aí. William, que nunca deveria ter saído. Sandro, mandado embora sem nenhum sentido. Diego Souza, perdido. Gavillán, queimado depois de uma Libertadores primorosa. E aí entra até um Bustos que podemos julgar mal aproveitado. Isso sem chorar por Lucas ou Carlos Eduardo, afinal, a casa precisa fechar o caixa.

Triste momento esse nosso, eliminados do Gauchão, fora da Libertadores e diante do secundário Brasileiro pela frente. O time até que não é fraco, dá para juntar 11 e entrar de travas contra qualquer um. Mas basta uma lesão, três amarelinhos mixos e sobra quem? Sem contar no tempo de treinamento jogado fora para manter um técnico que não deve resistir ao primeiro knockout.

Espero pela justiça da história se for tudo como sempre dizemos: “o Grêmio é um time de extremos”. Esqueceu disso, amigo gremista? Time de extremos. Então oremos. Proponho para que a gente suba a Serra do Mar e amarre o cavalo no país vizinho. Uma apunhalada no coração do São Paulo não faria mal nenhum, não é mesmo? É preciso voltar a sorrir.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Grêmio Campeão do Brasil - há 27 anos

Tricolor comemora sua primeira conquista nacional
No dia 03 de maio de 1981, há exatos 27 anos, o Grêmio entrava em campo para decidir pela primeira vez o Campeonato Brasileiro. Do outro lado, nada mais nada menos que o poderoso São Paulo.

Um plantel onde mais da metade dos jogadores fazia parte da seleção brasileira. Respaldado pela vitória de 2 a 1 na primeira partida, no meio de semana, o Tricolor não se deixou amedrontar pelo Morumbi lotado por mais de 90 mil pessoas. Aos 19 minutos da etapa final, Paulo Roberto cruzou da direita buscando Renato Sá.
Ele ajeitou de cabeça para Baltazar. O artilheiro dominou a bola no peito e, sem deixar cair, arrematou no ângulo esquerdo de Valdir Perez.
Se o empate já garantia o título, a vitória parcial fora de casa antecipou a festa gremista em pleno Morumbi.
Grêmio campeão brasileiro pela primeira vez.
O Brasil se rendia à raça e à força do futebol tricolor.




CAMPEONATO BRASILEIRO
Estádio: Morumbi
Local: São Paulo/SP
Data: 03/05/1981
orário: 16h
GRÊMIO (1)
Leão
Paulo Roberto
Newmar
De León
Casemiro
China
Paulo Isidoro
Vilson Tadei
Tarciso
Baltazar
Odair
TÉCNICO
Ênio Andrade

ÁRBITRO José Roberto Wright (RJ)

AUXILIARESLuís Carlos Félix e Valquir Pimentel

GOLBaltazar (GRE - 19 do 2T)

PÚBLICO E RENDA

Público pagante: Não fornecido

Público não pagante: Não fornecido

Público total: 95.106

Renda: Cr$ 33.819.400,00






Aloísio surge como opção para o ataque tricolor

Dentro da postura anunciada pelo diretor André Krieger após o empate em 0 a 0 no amistoso com o Avaí, no último sábado, o Grêmio deve partir para contratações de mais ‘peso’.
O nome da vez seria do atacante Aloísio, do São Paulo. Mas trazer o jogador de 33 anos para o estádio Olímpico seria uma tarefa difícil, pois o time de Muricy Ramalho está na luta pelo título da Libertadores e em breve perderá o centroavante Adriano.
O diretor-executivo de futebol Rodrigo Caetano afirma não existir uma negociação em andamento. No entanto, suas palavras não demonstram muita convicção.
“Não posso falar nada sobre isso, nem que sim, nem que não”, disse o dirigente tricolor ao jornal Correio do Povo.

O adeus de Celso

Por Felipe Sandrin

Tarda, mas não falha, e assim será com Celso Roth. Pode ele conceder-nos um milagre, dar-nos a vitória sobre a forte equipe do São Paulo, porém, para Celso já é tarde demais. Tarda, mas não falha.

Celso chegou com ar de mudança ao Grêmio. Disse estar diferente, ter aprendido lições e que estas fariam do Grêmio um time competitivo ao extremo. Com o tempo, Celso “novo” Roth deu lugar ao já conhecido Celso “velho” Roth.

Personalidade forte, um homem de honra inquestionável, querido por amigos e familiares, porém, insuficiente junto ao futebol. Falta a ele, Celso, a estrela dos grandes técnicos. O Grêmio é um time que recupera talentos e faz com que estes voltem a ter brilho, coisa que Celso nunca teve.

Roger chegou ao Grêmio e mesmo com a torcida desconfiada sobre seu possível rendimento, sabia-se sobre seu potencial. Já Celso não traz consigo isso, em vários anos de carreira ainda não obteve um título que lhe desse destaque e méritos junto a nós torcedores.

Nota-se que a postura de nossa direção, que insiste na permanência dele, tem muito mais haver em acertar outros detalhes do que propriamente apostar na recuperação de Celso. Em um mercado escasso de grandes técnicos, nossos dirigentes se vêem perdidos sobre a quem dar créditos.

O nome de Zetti, que era cotado até domingo, esfarelou-se após o HUMILHANTE 8 a 1 que seu time tomou. Tite, nome forte junto de alguns torcedores, parece ter causas processuais contra o Tricolor, atrapalhando assim qualquer negociação. Temos ainda a possibilidade de apostar em um novo técnico, mas Mancini e Roth parecem ter causado um trauma no Grêmio, quando o assunto é dar uma chance a treinadores sem grandes conquistas.

Celso está com os dias contados. Tornou-se ele, um comandante sem armas fortes o suficiente para vencer esta guerra. Sua maior força estava em nossa torcida, perdendo isso, acabou com a única chance que tinha de dar certo aqui.

Seja contra o São Paulo ou contra o Flamengo, Celso já não é mais técnico do Grêmio e a questão principal agora é: quem irá substituí-lo?

sábado, 3 de maio de 2008

De gremista pra gremista

Por Felipe Sandrin

Falem a vontade, tentem mudar de assunto, no fundo, todos sabemos que não faz a mínima diferença. O que é grande nunca deixa de ser, apenas porque inferiorizados gostariam que assim fosse.

Tirem-me a invencibilidade e me dêem à eliminação, mesmo quando a classificação parecia certa. Que surja em nosso caminho um time pouco conhecido e que este entre em nossa casa, nós faça não acreditar que estamos fora do campeonato, ao qual almejávamos obter o titulo.

Zombem de meu orgulho, mas na vitória seguirei esbanjando a glória de feitos que eu não canso de relembrar. Podem até me chamar de louco, quando mesmo diante das eliminações precoces e um frio de rachar, eu sigo a esbanjar felicidade, desfilando com minha camisa tricolor.

Rivais acham que é apenas soberba, que fazemos isso para irritá-los, mas eles estão enganados, pois o que nós gremistas fazemos não tem nada a ver com eles. Tem haver unicamente com o fato,de que todo torcedor, por mais fanático que possa ser, nunca será mais do que gremistas são.

Analisem a situação de nosso time, as dores por quais passamos no inicio desse ano, as desaprovações junto aqueles que nos dirigem, e parecem pouco escutar a voz de nós torcedores. Observem tudo isso e me digam: Consegue algum outro clube, algum outro time, mesmo estando mergulhado em profunda crise, ser recebido com carreata nas cidades por onde passa? Consegue alguma outra camisa ser tão mística a ponto de fazer com que torcedores transformem dor em apoio e sigam a cantar sem parar o amor que sentem pelo clube?

Alguns vêem isso como tolice, mas nos gremistas sabemos o que realmente significa e que não fazemos isso por outros, mas sim, somente por nós e pelo nosso clube. Ganhar todos gostam, todos querem, mas apoiar, isso são poucos, e poucos times no mundo tem essa tradição que o nosso Grêmio tem.

Pode parecer estranho para muitos esta paixão insaciável que sente todo gremista, este vicio de ser fiel na vitória e na derrota, mas para esses torcedores de outros clubes temos que dar um desconto, pois muitos deles torcem por uma instituição que nem há os 100 anos chegou ainda, que sempre foram sombras de outras, tendo vivido assim décadas e décadas.

Bom, mudando um pouco de assunto: domingo tem a final do Gauchão. Inter x Juventude. Para nós gremistas cabe vermos a partida pela TV. Não fomos competentes suficientes para estarmos na final. Mas tudo bem tem torcedor por ai que ficou 97 anos vendo o Grêmio ficar internacional. Se eles conseguiram agüentar isso por quase um século, eu posso agüentar por um domingo.

Pra finalizar, gostaria de agradecer meus amigos gremistas, por mais este agradável diálogo: quanto a os murmúrios que vem de fora, não dêem bola, são apenas os rivais, que como sempre, escutam a conversa por de trás da porta.
Bom final de semana a todos.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Tendência de manutenção de três volantes

Daquilo que falou o técnico Celso Roth após a vitória de 3 a 0 sobre o Ypiranga de Erechim, na tarde desta quinta-feira, é válido destacar sua opinião sobre o setor de meio campo, que deve ser mantido com três volantes atrás do chamado homem de criação. Leia abaixo os principais trechos da entrevista do treinador gremista.
- Sobre o jogo
“Foi um bom treino. Viemos para cá sabendo que enfrentaríamos algumas dificuldades, como é normal contra um time que está lutando bravamente para passar para a Primeira Divisão. O primeiro foi mais difícil porque o Ypiranga se entregou e foi determinado. Mas a partir do primeiro gol eles saíram para tentar alguma coisa e nós decidimos o jogo nos contra-ataques, com qualidade no passe e na finalização.”
- Rafael Carioca
“É um menino que tem qualidade. Estamos tirando ele um pouco da sua posição original e obviamente vai demorar um pouco para ele se adaptar. Ele era primeiro volante na equipe júnior. Mais na frente juntos a técnica e a pegada dele com a movimentação do Magrão e a serenidade do Eduardo.
- Meio campo com três volantes
“É uma questão de insistirmos nessa situação (Eduardo Costa + Rafael Carioca + Willian Magrão) porque eles nos dão qualidade na saída de jogo, velocidade e também muita firmeza na marcação. Mas o meio campo inda não está como queremos, ainda está longe disso.”
- Reclamação de Perea sobre a bola chegar pouco no ataque
“Acho que não aconteceu isso. É uma questão de adaptação. O Perea é um jogador que tem uma ansiedade muito grande e tem que controlar um pouco isso, pois nós estamos remontando um time. Ou seja, é treino, repetição, pois as coisas vão acontecer naturalmente, como acabou acontecendo. Mas o Perea por uma discussão boba, em um treinamento, acabou não aproveitando todo o espaço de que ele teria. Tem que ter cuidado com isso.”

Roth garante titularidade de Soares

Apesar de não revelar, o técnico Celso Roth diz que já sabe qual a melhor formatação tática a ser usada pelo Grêmio na estréia no Campeonato Brasileiro e quais serão os seus 11 titulares. Mas uma coisa já está confirmada, divulgada e não poderia ser diferente: Soares será o companheiro de Perea no ataque tricolor.
“Ele tem uma qualidade inegável que todos viram hoje. Por estarmos treinando, o Soares está entrando paulatinamente, porque senão, iam cobrar dele uma coisa que não estaria pronto para dar. Se estivéssemos em uma competição certamente ele já teria voltado”, declarou o comandante tricolor

Muito mais que moda

Por Silvio Pilau


Juro que não é por ser gremista, mas acho a camisa do Grêmio uma das mais bonitas do mundo. Sério. No Brasil, com certeza, está em primeiro lugar. Dentro de nossas fronteiras tupiniquins, nenhum clube possui uniforme tão belo e plasticamente bem acabado como o Tricolor. As listras verticais, naquela fabulosa combinação de cores, posicionam-se no mínimo um degrau acima de qualquer outra vestimenta no futebol nacional.


Digo isso porque a função ocorrida anteontem no Olímpico, com presença de misses e globais, fez com que eu pensasse em tudo o que representa o manto tricolor. Sei que toda torcida vai dizer que acontece o mesmo com o seu time, mas ouso discordar. No Grêmio, a torcida jamais deixaria acontecer algo semelhante ao que ocorreu com o Palmeiras, por exemplo, que perdeu a identidade do branco e verde para esse amarelo escandaloso de hoje. Jamais. O Grêmio é azul, preto e branco. Sempre.


Engana-se quem pensa que o uniforme vestido pelos gremistas é apenas uma camiseta, um calção e duas meias. Não é. É muito mais que isso. O manto Tricolor é uma entidade por si só. Não é somente uma forma de identificação dos jogadores em campo. O que ele carrega não é somente um monte de linhas de tecido. Ali, impresso no azul, no preto e no branco estão mais de cem anos de história. Está a imortalidade de Lara. A impetuosidade de Renato. O sangue de De León. O bigode de Felipão. Ali, estão as vozes incansáveis de milhões de torcedores.


A camiseta gremista é um uniforme de guerra. Um atestado de força e de espírito. Não é qualquer que consegue vesti-la com propriedade. Quem o tenta sem compreender o que ela significa em breve sentirá problemas de coluna. Porque é um peso, e um peso difícil de carregar. É preciso ter a consciência da história única, da tradição de lutas, das inefáveis conquistas. Só quem atinge este nível de percepção sente-a como ela deve ser sentida: parte intrínseca de cada um de nós.


Uma rápida googleada comprova tudo isso. Querem ver? Coloquem lá no campo de pesquisa algo sobre o significado de cores. Vão descobrir que preto significa morte, luto, terror, enquanto o branco simboliza paz, calma e pureza. Preto e branco, portanto, em centenário embate, uma combinação entre medo e serenidade, entre guerra e paz. É o Grêmio aguerrido, peleador, copeiro, mas o Grêmio capaz de levar sua torcida ao mais alto nível de serenidade e êxtase.


Já o azul, bem, o azul simboliza espírito, lealdade, fidelidade. O azul é a torcida, apaixonada como poucas por este clube. Uma torcida que já provou inúmeras vezes jamais desistir e estar ao lado do clube nos momentos mais difíceis. Uma nação leal e fiel, com espírito de bravura como poucas, capaz de ir ao inferno e retornar de lá com o sentimento ainda mais forte e real. Uma torcida que faz jus à camiseta que veste, como se esta fosse uma segunda pele.


Por tudo isso, sinceramente, não dei muita bola ao lançamento do novo uniforme. Nunca o faço. Minha única preocupação é que não destruam o uniforme número um gremista, o manto listrado de três cores. Se ele continuar com suas características, estarei feliz. Se os estilistas não inventarem demais, estarei satisfeito. Pois a história estará mantida.


Até porque, convenhamos, o Grêmio é muito mais que um estilo de moda. É um estilo de vida.