segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

América, estamos de volta.Por Silvio Pilau

Por Silvio Pilau

Cada pessoa tem o seu lugar no mundo. Aquele espaço que gera apenas sentimentos maravilhosos e onde a vida faz completo sentido. Para alguns, é a própria casa, ao lado da família. Para outros, é o escritório de trabalho, onde põe em prática toda a ambição. Para outros mais, é em uma festa, cercado de amigos dançando até perder as pernas. Diferente para cada um, mas, sem exceção, todos nós temos aquele nosso cantinho favorito onde tudo se justifica.
E isso não ocorre somente com seres humanos. O Grêmio, por exemplo. O Tricolor já circulou por todo o planeta, conquistando títulos em terras longínquas. Já disputou diversos campeonatos, desde pequenos torneios que pouco valiam até as maiores glórias possíveis para um clube de futebol. No entanto, há uma competição em particular que é a razão de ser de todo gremista. Uma competição onde o Grêmio encontra sua verdadeira essência: a Libertadores da América.
A Copa não é somente um campeonato de futebol. Ainda que muito do aspecto de guerra que antes tornava-a a taça mais difícil para um clube tenha desaparecido, a Libertadores continua sendo uma provação e um desafio a todos que a disputam. Na Copa, uma equipe formada por atletas, por boleiros, jamais chegará ao título. São necessários homens de verdade, guerreiros de fibra e heróis destemidos, dispostos ao sacrifício e em busca de um lugar na história.
Por isso, o Grêmio é um dos clubes mais tradicionais da história do campeonato. São mais de dez participações, quatro finais e dois títulos. Momentos históricos como a batalha de La Plata (quando o Estudiantes ainda era um grande time) e o inesquecível duelo contra o Palmeiras em 1995. Sangue, pontapés, provocações, carrinhos e, ocasionalmente, um pouco de futebol. A trajetória gremista está completamente arraigada à história da Libertadores. Um precisa do outro. Um sem o outro parece uma cópia de algo vazio e sem essência.
Pois o Grêmio está de volta. A vitória de ontem contra uma das piores equipes que já vi jogar carimbou a passagem Tricolor para a Libertadores. Se o título virá, isso é algo que somente será decidido no próximo domingo. As esperanças voltaram a se reacender. Poucas, ínfimas, mais que teimam em não morrer. Porém, a disputa da Libertadores em 2009 já está garantida e, convenhamos, isso já é muito mais do que imaginávamos no início do campeonato.
Então, resta-nos a esperança de que a direção entenda o sentimento dos torcedores em relação à Libertadores. Resta-nos acreditar que eles compreendam a importância dessa competição e não poupem esforços para construir uma equipe realmente capaz de disputar o título. E resta aos adversários começarem a se preocupar. Resta à América se precaver, pois o Grêmio está de volta.

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