terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Fizeste o teu melhor, Grêmio.

Por Felipe Sandrin

Sento em frente ao computador, documento de word, uma folha branca e um texto a digitar, uma rotina diária que tornou-me mais analítico do que unicamente apaixonado. Penso no que poderia dizer a vocês, amigos gremistas que sofrem e torcem com a mesma força do que eu.
Faltam-me palavras – e quando alguns dizem que tenho o dom de dizer o que muitos pensam, eu mesmo me questiono: por que então me sinto sempre tão cheio de coisas a dizer? Por que diante tudo é tão difícil descrever o sentimento de ser gremista?
O que esperar para este ano? O que você, amigo tricolor, esperava do Grêmio neste Brasileiro? Sim, o futebol é uma caixinha de surpresas, cada jogo pode trazer um novo feito: mas, amigos, me digam como por 38 rodadas um time dado como medíocre conseguiu chegar à última rodada vivo, com chance de título, já classificado para uma Libertadores?
O Grêmio é incrível. Este clube só pode ter sido lapidado por mãos de deuses. Quem eram Réver, Victor, Pereira, Willian Magrão, Rafael Carioca? Em um campeonato sem grande estrelas, éramos até então o time de menos brilho. Digam-me um campeonato assim, que fez de um time medíocre o adversário a ser batido?
Porque nós nascemos da dificuldade: não há lágrima dada em vão porque o Grêmio sempre volta. Mais cedo ou mais tarde, conquista o impossível, o inigualável. Fazemos de um título não somente mais um título: fazemos com que, nos piores momentos, pensemos que um dia os mesmos deuses que fizeram este clube joguem nele. Por um segundo, um mísero segundo, eles vestem nossa camisa. E então escreve-se mais um capítulo inesquecível de nossa história.
Eu olho para os lados e, seja na derrota ou vitória, vejo que não estou sozinho. Sempre haverá um Olímpico lotado, uma rua repleta, um boteco entupido de gremistas apaixonados. E onde quer que eu esteja, sei que não estarei sozinho. Para chorar ou para sorrir, és tu, Grêmio, o meu maior e melhor motivo.
Com ou sem título, foi este um ano incrível. E eu sei que tu, Grêmio, assim como eu, fizeste o teu melhor.

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