segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Saudades da paranóia

Agora está explícito, nem há mais o charme de chamarmos de forças ocultas. Bons tempos aqueles em que tudo era feito por baixo do pano, tramado em uma mesa de pôquer com pouca luz e muita fumaça. Até isso o futebol perdeu. Entrou, literalmente em campo, a figura do Procurador-de-piolho-em-cabeça-de-cobra do STJD, que não tem a mínima manha de deixar as coisas sob suspeita, pelo contrário, faz questão de deixar bem evidente quem é seu inimigo. Machiavel saiu de moda e tiraram nosso direito de sermos paranóicos.
Discrição é para os fracos, o assumido maior adversário do Grêmio neste campeonato, além dele próprio, é Paulo Schmitt, que bate no peito e chama na chincha: “Gremistas, eu serei seu pior pesadelo! Há há há há háaa!”. Como seria bom para nós, poder se preocupar apenas com a S.E. Traffic, com o Cruzeiro ou São Paulo, como se estes já não fossem adversários suficientemente difíceis e o nosso time regular o bastante.
Não que haja necessariamente algum beneficiário direto com isso. Quem mencionou a expressão “esquema traffic” não foi este blogueiro e nem outro Gremista, foi um palmeirense aqui nos comentários, explicando a parceria e os interesses de vários investidores no sucesso daquele time. O papel dos outros clubes, na verdade, é fazer a parte deles e ficar de olho no sucesso da operação gremiofobia para disputar a tapa o benefício indireto.
Poderiam ser instaladas arquibancadas e cobrado ingresso no STJD com tantos interessados nas próximas atrações do “Schmitt Show” que incluem agora: Léo, pelo mesmo ato inocentado de Diego Souza e Morales por ter cometido uma falta que parece um cafuné se comparada a sarrafada dupla que o Soares recebeu do Eller contra o Santos. Só que o mais tragicômico foi reservado ao melhor jogador do Grêmio no campeonato. Rever foi indiciado por empurra-empurra dentro da área com Carlos Alberto.
Também não deixe os butiás caírem do bolso se o Grêmio perder mando de campo pelo despreparo do Beira-Rio para receber clássicos e da BM para lidar com pessoas. Ou quem sabe por ter cumprido a lei de identificar e encaminhar para indiciamento o ananá que jogou uma bombinha no campo e ainda tomou uns merecidos croques da torcida.
Depois neguinho vem me perguntar se eu vi o que o Milton Quem falou do Grêmio no dia tal e no programa tal. Tem que ter muito tempo sobrando ou uma TV de um só canal para assistir um programa apontado como líder de baixaria pela Comissão de Direitos Humanos. Eu estou mais preocupado é com o direito de ser paranóico que me tiraram.

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