quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Convocação

Por Silvio Pilau

Isto não é uma coluna. É, como o título afirma, uma convocação. Não quero divagar aqui sobre as derrapadas gremistas que ameaçam o título nacional mais fácil dos últimos anos. Também não pretendo analisar os adversários que restam nesta difícil reta final que teremos pela frente. E certamente não tenho a menor vontade de falar sobre política e sobre as eleições para presidente, marcadas na pior época possível para o clube.
Quero, simplesmente, convocá-los.
Hoje, a partir das 20h30, em um estádio que presenciou momentos que estão gravados em todos os nossos corações, o Grêmio joga a partida mais importante do ano até o momento. Em um momento de dúvida e de pressão, o duelo contra o Sport assume ares definitivos, sejam eles promissores ou desalentadores. Uma vitória, de preferência convincente, pode reacender a confiança da torcida na equipe, fundamental para as últimas sete partidas. Uma derrota – ou até mesmo um empate – é capaz de sepultar de vez as esperanças do título.

Eis a relevância de partida de hoje. Eis a relevância do apoio absoluto de cada um de nós. Hoje à noite, esqueçam o ranço renitente em relação Celso Roth. Esqueçam o pé atrás quanto à qualidade da equipe. Esqueçam as contas a pagar do colégio dos filhos e a prova de amanhã na faculdade. Esqueçam os comentários óbvios dos rivais. Esqueçam quem vocês são. Seus nomes, seu passado. Hoje, convoco-os para sejam, única e exclusivamente, gremistas. Para que sejam – sejamos – um só, no Olímpico ou em frente à televisão em uma cidade distante.

Gremistas, todos.

Convoco-os para que lembrem daquilo que os fez gremistas. Do sentimento inigualável de vestir uma camisa gloriosa. Convoco-os para que provem, novamente, não serem torcedores somente de vitórias. Para que gritem, cantem e vibrem mais do que noventa minutos como somente os gremistas sabem e conseguem fazer. Convoco-os para que tragam ao Olímpico os mais de cem anos de história tricolor, bons e maus momentos. Aprendizados que forjaram um clube de coragem e uma torcida única.

Convoco-os para que façam ressurgir o espírito daqueles que aqui fizeram história. Dos que sangraram para nos dar um título, dos que gritaram com companheiros que faziam corpo mole e dos que dão carrinhos não para agradar a torcida, mas porque acreditam que todo lance é possível. Convoco-os para buscarem dentro de si aquele orgulho que brilhou em nosso peito tantas outras vezes, junto à sensação de que, quando todos os gremistas se unem, ninguém consegue ficar em nossa frente. Convoco-os para que sejam gremistas.

É o que precisamos. Se mantivermos este sentimento vivo por oito jogos, o título será nosso.

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