terça-feira, 8 de abril de 2008

Vencidos pela soberba

Por Felipe Sandrin

Não só do Celso, não só de dirigentes, não só de alguns jogadores. A eliminação precoce do Gauchão, passa sim, e muito, pelas nossas mãos: E entende-se bem que quando digo NOSSAS, pois me incluo sim em tal afirmação.

Perdemos o respeito pelos times do interior, com isso perdemos a humildade. A soberba que a certas doses é aceita, extrapolou os níveis de quem almeja vencer com determinação e luta. E quando isso acontece, quando tais sintomas aparecem, dá no que deu: Será que não aprendemos nada, com o salto alto do Barcelona diante o Internacional?

Ok! ok! Não somos nós que escalamos o time, porém essa derrota é algo que vai além de como o time estava escalado, - aliás, totalmente mal escalado. Nós merecíamos perder, quem desafia o futebol, quer dar lógica a ele merece perder. Então repito com mais ênfase: NÓS MERECÍAMOS PERDER.

Não concordo com muita coisa que Celso Roth faz no comando da equipe, talvez nem dele estar no comando do time. Tenho vontade de quebrar tudo quando vejo Nunes não acertando um passe fácil. Não suporto as falas “pelaipeanas” que tentam me convencer de que o time não precisa de reforços. Porém, neste jogo além de culpar a cada um deles, culparei a mim também. Culparei a cada um dos que enchiam a boca para dizer que esse ano os times do interior eram incapazes e que a dupla Gre-Nal era imbatível.

E agora? Onde estão nossas convicções de que já estávamos na final? E a os que botam apenas culpa na direção e técnico, me digam o porquê de antes, quando tínhamos mesma direção e técnicos todos estarem tão confiantes, tão cheios de certeza de que não havia ninguém capaz de derrotar-nos?

Eu desprezei o Juventude, dei como ganho o jogo de domingo. Aí, paguei o preço. Mais uma vez o futebol mostrou que dentro de campo são 11 contra 11. Não vê quem não quer. Este jogo começou a ser perdido diante a nossa infeliz certeza de que existe jogo fácil.

Culpem o Celso, culpem o Nunes, culpem o Pelaipe, pois eles são sim os mais culpados, mas, por favor, não esqueçamos de culpar primeiramente a nós mesmos, que desmerecemos o adversário, que deixamos a humildade de lado, e que esquecemos que futebol é feito para ser mais jogado e menos falado. Falamos de mais e a resposta veio em tom irônico, veio em forma de constrangimento diante ao que quase ninguém esperava.

Quarta-feira tem jogo, espero que tenhamos até lá recuperado a auto estima, a luta, e principalmente a humildade. Conforme o andar das coisas o time se ajeita. Quem tiver que ficar fica, quem tiver que se manda, se manda. Mas antes de querermos tão desesperadamente mudanças, comecemos mudando a nós mesmos. Pois se não, quando notarmos, já serão 40 do segundo tempo, estaremos com sete jogadores em campo, e nenhum milagre nos será concebido.
Milagres devem ser merecidos.

Merecíamos?

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