segunda-feira, 7 de abril de 2008

Um balanço

Por Silvio Pilau

Ok, a tarde ontem foi caótica. Deu tudo errado para o Grêmio e deu tudo certo para o Juventude. Mas não vou discorrer sobre a partida em si. Não vou escrever sobre os inacreditáveis três minutos de desconto no segundo tempo, a quase reedição dos Aflitos ou sobre a torcida que não parou de incentivar. Não. Hoje, quero fazer um balanço do time, não somente no jogo, mas em todo o ano. Jogador por jogador. Sem pena. A surpreendente derrota de ontem me permite isso.
Vítor – Um dos poucos acertos da direção. É verdade que o goleiro teve apenas jogos fáceis pela frente, mas saiu-se muito bem, com segurança e dando conta do recado. Felizmente, deve estar de volta em pouco tempo.

Marcelo Grohe – Acabou para ele. O primeiro gol do Juventude ontem deveria encerrar o ciclo dele no Tricolor. Não é sua primeira falha e, provavelmente, não deve ser a última. E pensar que preferiram ele ao Cássio.

Paulo Sérgio – Limitado tecnicamente, mas faz a parte dele. O impressionante fôlego e vontade compensam a falta de criatividade. Está longe de ser diferenciado, mas também está longe de ser o problema do time. E é sempre uma alternativa pra bola parada.

Felipe – Vi pouco dele, não tenho muito o que comentar. Parece ter certo potencial, mas não está pronto para jogar ainda.

Anderson Pico – Um bom reserva. Nada mais do que isso. Pico tem bons recursos, joga com as duas pernas e tem bastante vontade. Mas tem uma capacidade fabulosa de escolher sempre a jogada errada. Não possui futebol para ser titular de um clube como o Grêmio.

Hidalgo – Já poderia se mandar também. Não é bom no apoio e é apenas razoável na marcação. E, para piorar, ainda tem aquele passado negro no time da beira do rio.

Léo – Nosso selecionado tem potencial para, em breve, ser um dos melhores zagueiros do Brasil. Firme, joga sério e tem bom tempo de bola. Ainda tem o que evoluir, pois comete certas falhas, mas é uma das referências de qualidade da equipe.

Pereira – Se fosse no início do ano, diria que pode ir embora. Pereirão, porém, tem um 2008 exemplar, como um dos grandes destaques da equipe. A seu favor, ainda pode-se dizer que os desastres contra o Atlético-GO e o Juventude ocorreram justamente quando saiu do time.

Jean – Por enquanto, é banco de Pereira. Até agora, nada vi além de um zagueiro comum, com diversos problemas de posicionamento. Acredito que é bom jogador, mas precisa provar mais do que isso. E aquele chute todo errado na frente do goleiro do Ju ontem não ajudou em nada.

Eduardo Costa – O mais superestimado do time. Sim, vocês leram certo. Eduardo não joga nem o que pensa que joga nem o que dizem que ele joga. É bom jogador, sem dúvida nenhuma, mas não é muito inteligente. Sempre tenta dar uma inventada, com firulas desnecessárias, e dá pisadas na bola grotescas, como a expulsão ontem. Precisa de alguém guiando-o e, por isso, não deve ser o capitão.

William Magrão – Também é superestimado. Tem feito um bom ano e, assim como Pereira, não participou dos fracassos recentes. Mas é um jogador apenas razoável, boa opção para o banco e nada mais.

Rafael Carioca – Ontem, foi a primeira vez que vi o garoto atuar. Parece ter boa intimidade com a bola, mas é difícil emitir uma opinião. Gostaria que tivesse mais chances.

Nunes – O que falar dele? Não sei o que ainda faz no Grêmio. É jogador de times como XV de Novembro, não de clubes de primeira grandeza. Confunde marcar com fazer faltas e não sabe o que fazer com uma bola. Trocaria por um chaveiro.

Junior – Não sei qual a birra do técnico com ele. Também vi pouco, mas dizem que sabe jogar e mostrou certa competência quando teve chance. Porém, é banco de Nunes. Vai entender.

Julio dos Santos – Outro que está devendo. Fala-se que tem habilidade e tal, mas não vi nada disso. Tímido demais em campo, lento e sem objetividade. É melhor que boa parte do elenco, mas, convenhamos, isso não é muito mérito.

Rudnei – Fez um jogo razoável contra o Juventude em Caxias e virou a nova maravilha. Mas dá pra perceber que é atrapalhado e displicente. Outro que não tem lugar em um clube do nível do Grêmio.

Maylson – Esse só pode ter um megaempresário. Não sei por que tem tantas chances no time titular. Há pouco tempo, surgiram boatos do interesse de um clube alemão. Direção, aproveite. Maylson não joga nada e, se querem comprá-lo, azar o deles.

Roger – Taí o cara do time. Grande acerto da direção. Já superou a desconfiança inicial com garra insuspeitada e o talento que se esperava dele. Está nas graças da torcida, ainda que esteja praticamente sozinho na equipe. Com uns dois ou três talentos de seu nível ao lado, pode fazer misérias.

Perea – Mistério. Não consegui decifrar Perea. Faz jogos brilhantes e jogadas que comprovam existir talento ali. Em outros momentos, porém, comete erros infantis, típicos de quem não sabe o que é uma bola. Simplesmente, não sei o que pensar dele. Talvez cresça com um time melhor ao lado.

Reinaldo – Fez apenas um jogo bom, o primeiro contra o Juventude. De resto, fracassou geral, sumindo em todas as outras partidas em que participou. Pelo que mostrou até aqui, não tem capacidade para ser titular.

Soares – Situação semelhante à de Reinaldo. Teve algumas chances e não apresentou nada de empolgante. Tem a velocidade a seu favor, mas é limitado tecnicamente, o que é crucial para um atacante com suas características.

Jonas – Depois de ontem, deveria sentir vergonha de entrar no Olímpico. Demonstrou baixa capacidade mental ao confundir raça com violência. Seu ato de burrice ao chutar o adversário foi decisivo para o resultado ontem. Até fez uns golzinhos desde que chegou, mas é um que não fará a menor falta.

Tadeu – Assim como Junior, não entendo a birra de Roth com ele. Pelo que todos apresentaram até aqui, é o melhor companheiro para Perea. Também não muito brilhante intelectualmente, como ficou provado ontem, mas é centroavante com faro de gol, com boa finalização e muito objetivo. Com o que temos, deveria ser o titular.

André Luiz – Esse pode continuar. Começou bem o ano, decaiu em seguida, mas é outro que pode ser uma boa alternativa para a reserva. Veloz, com certa habilidade e ousado. Tem muito o que crescer.

Celso Roth – Pegou o time de Wagner Mancini e, quando teve que botar seu dedo, piorou as coisas. Insiste na escalação de nulidades e já esgotou a paciência da torcida, que não havia apoiado sua escolha desde o início. Todas as suas novas idéias deram errado. Tá com a corda no pescoço.

Direção – Esqueceram o principal. Arena, politicagem e tudo o mais são prioridades, deixando o futebol em, sei lá, quinto plano. Um time competitivo. Alguns reforços de qualidade. É só isso que a torcida pede. Troco o dinheiro da Arena para um investimento em atletas com talento.

Fui sincero demais. Eu sei. Não sei se os jogadores, dirigentes ou comissão técnica lêem este espaço, mas eu precisava desabafar. Estas, que fique claro, são apenas as minhas opiniões. Sem hipocrisia, sem o politicamente correto e pensando única e exclusivamente no melhor do Grêmio. O que escrevi é o que penso da nossa atual equipe. Para mim, pouco se salva. Os dois únicos desafios verdadeiros que tivemos no ano demonstram que estou certo. E a dificuldade imposta por eles é ínfima perto do que teremos pela frente. Se nada for feito, o ano pode ser perigoso.
Consolo? No máximo, os vermelhos ficarão com o vice gaúcho.

Nenhum comentário: