sexta-feira, 6 de junho de 2008

Renato, retratos do passado

Por Felipe Sandrin0 Eu nunca consegui torcer por clube algum se não o Grêmio. Às vezes, devido à dedicação e ao merecimento, simpatizo com algum time que mostre reais valores e disposição em busca de um ideal. Sei que isso não é apenas uma questão minha, a maioria das pessoas é assim, quando se é gremista então mais ainda. Torcer por algum outro clube brasileiro foge totalmente de nossos princípios, porém, pela primeira vez em anos, eu senti uma boa parte de nós torcedores gremistas divididos em consideração a nosso grande ídolo, Renato Gaúcho, e me vi disposto a torcer pelo Fluminense.
Talvez seja esse o apogeu de um grande jogador. Renato fez história, marcou época e mesmo quem não o viu atuar pelo Grêmio, como é meu caso, se vê motivado a torcer por seu sucesso, não importando se hoje ele não está mais no Grêmio ou que talvez tarde muito a voltar. Não é apenas gratidão ou simpatia por um ídolo, é algo maior que isso, algo tão forte que faz com que eu mude meus pensamentos habituais, pondo ele, Renato, acima de meu orgulho e princípios.

Ver Renato vibrando na beira do campo me transporta a uma época onde o futebol era diferente: não haviam chuteiras coloridas, empresários aproveitadores e dirigentes querendo aparecer mais do que jogadores. Naquela época não era moda beijar o distintivo de qualquer clube, a menos que o gesto fosse totalmente sincero. A torcida ia pra torcer, vibrar, às vezes até aconteciam algumas confusões, mas essas eram resolvidas na mão, naquela época quem brigava com armas de fogo não era o “bom”, e sim covarde. Houve épocas que jogadores podiam extravasar a vontade na hora do gol, se quisessem tirar a camisa, faziam isso, não eram punidos como hoje que patrocinadores valem mais do que qualquer outra coisa. Atirar copos com água no campo era parte da rivalidade, não resultavam em estádios fechados e jogos sem publico.
Ver Renato é pensar que um dia o futebol foi diferente. Era coração na ponta da chuteira mesmo! Jogadores não recebiam milhões, mas jogavam por milhões de torcedores. Não tiravam o pé em jogada alguma e não era qualquer dor que fazia com que eles não pudessem ir para a partida.
Ver Renato é lembrar de um Grêmio glorioso de um tempo glorioso e, mesmo que o futebol tenha teoricamente evoluído, ver Renato me lembra quem o Grêmio é de verdade e todos os feitos que realizou. Ver Renato é encher meu coração de esperança e crer que mais cedo ou mais tarde o Grêmio de verdade irá voltar, tão forte e predestinado como o próprio Renato fez.

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