terça-feira, 2 de setembro de 2008

Quinze jogos mortais.

Por Felipe Sandrin


Ser um vencedor significa ser persistente: todos os grandes cientistas um dia foram chamados de loucos; todos os grandes poetas foram ditos como sendo apenas mais um; todo grande jogador já foi visto como simples peladeiro.


Esse é Celso Roth, um homem em busca do reconhecimento, da persistência que resulte em glória. A cada rodada, os pontos que nos separam do segundo colocado permanecem intactos. Variam os perseguidores, mas não o perseguido: é o Grêmio o foco. Todos querem nos derrubar. Vêem e revêem vídeos com nossas principais jogadas, como marcamos, como saímos jogando e articulamos. Fecham os olhos e vêem o Grêmio em seus pesadelos, firme e forte com os mesmos pontos de vantagem.


Será este o campeonato de Celso? Será no ano de 2008 a sua consagração tão esperada? Muitos ainda devem tremer ao pensar em Celso e sua fama de amarelão. Porém, a cada jogo, a cada rodada que passa, ele ganha novos adeptos. Quando achamos que Celso irá recuar, ele ataca. Quando pensamos que ele cansou de gritar, ele grita ainda mais. Quando vemos que ele finalmente tem a oportunidade de rebater a crítica e esperamos um Celso bravo, ele calmamente pede a humildade.


Após tantos tombos, Jesus levantou-se, levantou-se para ser crucificado. Celso caiu a vida toda, apenas mais um técnico, apenas mais um técnico perdedor. Cada tombo, cada queda, poderia ter-lhe feito desistir. Mas ele, cabeça dura como só, decidiu seguir. No início deste ano, após duas eliminações precoces, Celso foi crucificado. Sangrou até morrer. Porém, ressuscitou. E, quando pensávamos que era chegada a hora da vingança, Celso perdoou, esqueceu cronistas, repórteres mal intencionados e todos aqueles que queriam sua cabeça em um espeto de churrasco.


Algo fez com que Roth fosse a fundo em seu eu interior. E, desta forma, ele pôde entender o que é realmente o Grêmio. Hoje, Celso olha de forma diferente para as arquibancadas do Olímpico: ele não apenas nos observa, mas, sim, nos admira.


Mas permanece a dúvida: haverá morrido em definitivo o Celso perdedor? Faltam quinze rodadas, e, nestas, muita coisa pode acontecer. Um Grêmio campeão é de todos nós, mas este Grêmio campeão tem um pilar fundamental. E este é denominado Celso Roth.


Ser um vencedor significa ser persistente, mas também criar chances e aproveitá-las. Por isso, amigo Celso, você está a quinze rodadas da verdade. Serás tu "Jesus", ou apenas mais um bandido que morreu como Cristo?


Quinze rodadas, quinze jogos mortais: viver ou morrer? Faça sua escolha.

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