sexta-feira, 18 de abril de 2008

A realidade Tricolor

Por Felipe Sandrin

“Errei mais de mil arremessos na minha vida. Perdi mais de 100 jogos. Em 10 ocasiões, acreditaram que eu ganharia o jogo no arremesso decisivo e errei. Fracassei, fracassei muito na minha vida. E é por isso que eu sou um vencedor”. - Michael Jordan

Eu tinha 14 anos quando montei minha primeira banda. Lembro que os primeiros shows que fiz eram cercados de tanta tensão e medo, que eu passava mal por dias só por lembrar que eu teria de fazê-lo. Subir no palco e encarar centenas de rostos era algo que me transportava a um outro mundo, todas as sensações eram ou prazerosas demais ou dolorosas demais.

Com o tempo, ao provar de tantos sentimentos, aprendi o que é ter ideais. Entendi como dar e ter um sentido na vida. Pude ver que cada passo dado era dado apenas por mim, e que por mais que eu caminhasse em diferentes direções eram para dentro de mim que todos os caminhos levavam.

Talvez esteja ai o porquê deu ser gremista. Cresci na época de ouro do Grêmio, onde éramos o clube, fora o eixo Rio - São Paulo, mais visto, mais lembrado e mais respeitado do país. E não foram apenas nossas conquistas que nós tornaram donos de tais atributos. O clube sempre passou por oscilações tão grandes, que a qualquer outro talvez fosse impossível à recuperação, porém, isso não cabia ao Grêmio, nunca coube.

Sim, eu cresci na época de ouro do Grêmio, onde não era apenas hegemonia que entrava em campo quando jogávamos, mas sim, principalmente, a tradição. O Brasil nos conhecia e conhece até hoje, como um time dos feitos impossíveis. Criamos um sentimento tão forte, uma crença tão positiva na imortalidade deste clube, que a palavra fácil tornou-se antônimo do que vem a ser o Grêmio.

De tempos em tempos, fases como a que vivemos agora, surgem para lembrar a cada um de nós gremistas, o real sentido de nossa existência, o real valor de nossas encharcadas camisas. Vem para lembrar que o sofrimento de títulos perdidos, eliminações precoces, tem um único sentido...
Mostrar-nos novamente o caminho das grandes glórias.

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