Por Eder Fischer
Infelizmente pra uns felizmente para outros, é assim que a geral irá cantar nos próximos dias, graças ao projeto de lei do deputado Miki Breier, o qual proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estádios e ginásios. Esta é uma medida radical, mas necessária.
A maioria de nós já vivenciou o fato de ter que dividir o espaço com um desagradável bebum.
O problema é que a maioria paga pela irresponsabilidade de poucos, eu gosto de ir ao Olímpico e em dias de muito calor tomar uma ou duas cevas, geralmente uma quando chego e outra no intervalo, é o que minha razão e o meu bolso permitem até porque tem que ter uma boa verba extra para tomar um porre de cerveja aguada, que custa em média R$ 2,50 o copo, nos estádios de Porto Alegre.
É verdade que os bebuns não chegam sóbrios aos jogos, eles já vêm preparados, fazem a chamada “concentração” antes das partidas em bares das proximidades, a alegação é que mesmo que encham a cara antes, o estado ébrio não se agravaria ainda mais com a ceva que seria consumida no estádio.
A iniciativa é válida, algumas pessoas quando passam da conta, causam confusões e geram tumultos, mas acho que foi um pouco preguiçosa a solução encontrada... Explico: não é o álcool que causa o problema, são algumas pessoas que o ingerem. Estas pessoas acharão outro jeito de causar tumulto. Deveríamos começar a pensar em catalogar torcedores, e tomar medidas punitivas também para estes casos, mas paralelamente a punição, deve estar a educação. Medidas educativas devem começar a serem tomadas o mais breve possível, já temos postos do Juizado Criminal, com a presença de um juiz, um promotor e um defensor público nos jogos da dupla Gre-Nal. Em breve teremos jogos de Copa do Mundo em nossos estádios e seremos vistos por milhões de pessoas no mundo inteiro.
Que imagem iremos passar?
Um dirigente da Fifa ao fazer as vistorias no Beira Rio e Olímpico se surpreendeu com as grades e os fossos e disse a seguinte frase: “Somente animais e criminosos ficam atrás de grades”. Concordo plenamente, mas é exatamente isto que somos, animais e criminosos, somos burros e ignorantes, nossos bolsos pagam por orelhões nas ruas, paradas cobertas e iluminadas, limpeza, iluminação urbana e transporte, mas nós somos animais que devemos ser mantidos atrás de grades e em coleiras, pois quando nossos governantes tomam a atitude rara de investir o nosso próprio dinheiro, nós os destruímos, pichamos, quebramos e depredamos.
Nós gaúchos, que nos consideramos o povo mais culto e civilizado do Brasil e nos comparamos com os europeus, estamos anos luz de sermos civilizados, não é uma questão somente social e sim cultural, pois vários atos de vandalismo são realizados por pessoas de classe média de Porto Alegre. O tempo é curto são apenas oito anos até a Copa, mas acho que se tomarmos a iniciativa agora ainda dá tempo.
Eu sou contra qualquer tipo de proibição, acho que temos o direito de decidirmos o que é melhor para nós mesmos, mas liberdade é uma palavra que só funciona quando vem acompanhada da responsabilidade. A minha liberdade só será válida, desde que não interfira na liberdade do próximo, a capacidade de projeção e de fazer planos é o que nos difere dos animais, enquanto não pudermos ser conseqüentes devemos sim ser mantidos em coleiras e jaulas.
Ainda acho que somos um povo em sua maioria civilizado e que se tomarmos medidas agora, quem sabe poderemos beber nossas cevas responsavelmente, sentados em confortáveis poltronas de nossa futura arena.
2 comentários:
Oie, cheguei até esse blog através da comunidade do orkut "Gremistas de Santa Rosa" e fiquei muito contente ao saber da organização do pessoal do consulado de Santa Rosa, pois sou um ex-morador da mesma e resido atualmente em Porto Alegre, onde sou sócio e frequentador dos jogos do Imortal. Não me agrada comentar muito em blogs, porém, ao decorrer do texto concordei com a maioria dos pontos apresentados, mas ao chegar no último parágrafo, tive um enorme decepção. Se é pra ficar sentado em poltrona, fique em casa. Uma das grandes aliadas do Grêmio nesses últimos anos tem sido a torcida, a Geral, que se mantêm apoiando, cantando, pulando o jogo inteiro e que é aclamada e respeitada por todos, sendo um exemplo nacional de torcida e que intimida adversários e faz resultados no Monumental. Estádio é pra torcer, com ou sem cerveja, na minha opinião.
Grande texto, muito centrado e no ponto de avaliar a situação.
Aquiles, acho que o comentarista colocou no último parágrafo a situação de um ângulo otimista. Seria o que o Deputado vislumbrou quando fez a indicação do projeto. Mas não acho que será assim, como acho que ele pode ter usado da ironia, com uma utopia para os mais cômodos.
Arena terá os Borrachos, e Geral, nada de sentados em poltronas, vaiando e xingando.
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