quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A Era Roth

Por Silvio Pilau
Mesmo quem não trabalha com isso sabe como é a vida de treinador. Ainda sejam (muito) bem remunerados para o trabalho, a incerteza e a insegurança são constantes no dia-a-dia dos comandantes de times de futebol. Um mau resultado, uma péssima atuação ou um simples erro podem custar o emprego e jogar o profissional no limbo da classe. A rotatividade é alta e é cada vez mais difícil encontrar exemplos de treinadores que realmente construíram história nos clubes pelos quais passaram.


Quando isto acontece, tende-se a rotular tal tempo como uma era. O Manchester United, por exemplo, vive a Era Ferguson há mais de vinte anos. O Grêmio, em meados dos anos 90, ficou marcado pela Era Felipão, período no qual venceu quase todos os títulos possíveis. Recentemente, ainda que em proporções menores, o Tricolor experimentou a Era Mano Menezes. As conquistas não foram muitas, mas, entre elas, houve o momento sublime conhecido como Batalha dos Aflitos e, por conseqüência, o retorno do estilo verdadeiramente gremista de se jogar futebol.


Por esta razão, assim que saiu o anúncio de que Mano iria explorar novas terras, um grande ponto de interrogação começou a pairar sobre a cabeça dos gremistas. Afinal, quem seria capaz de preencher os sapatos do ex-comandante à altura? Mano Menezes deixou o Grêmio por cima, com o carinho de toda a torcida e o respeito inclusive dos maiores rivais. O espaço estava vago, mas a responsabilidade de quem viesse não era pouca.


Eis que teve início a Era Mancini. Na realidade, não chegou a ser uma era. Foi um átimo. O Átimo Mancini. Quando começava a fazer seu trabalho dar resultado, foi inexplicavelmente substituído. Sabemos, todos, que existe algo por trás da demissão do ex-treinador. Isto é inegável. Porém, é passado. Se a direção errou, se Mancini errou, se erramos nós, torcedores, isto ficou para trás. É hora de deixar o caso de lado e começar de novo, como se nada tivesse acontecido. Olhar para a frente. Unicamente.


Porque temos diante de nós uma nova era. Ou, pelo menos, assim esperamos. Celso Roth pode não ter sido a contratação dos sonhos dos torcedores, mas ele é um técnico competente. Já fez coisas boas no comando do Grêmio em outros tempos e torcemos para que tenha evoluído como pessoa e profissional. Independente do acontecido com Mancini, o tempo agora é de Celso Roth. Tempo que pode se tornar uma era. Com bravura, com orgulho e com títulos.


Hoje, tem início da Era Roth.

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