quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Jornada excêntrica

Os Gremistas mais otimistas esperavam voltar à liderança na próxima rodada, já os mais realistas já se contentavam em alcançar este objetivo na seguinte. Enquanto isso os pessimistas contrariam até a matemática e ainda pensam em rebaixamento. O que ninguém esperava era que o poder seria recuperado tão rapidamente, no melhor estilo golpe e contragolpe de estado em algum país da América latina dos anos oitenta.
Aliás, tudo aconteceu em um jogo que pode ser definido como qualquer coisa, menos previsível. O único vislumbre possível, o primeiro gol de Morales com a camisa tricolor, aconteceu logo há três minutos. Depois, tudo se tornou um festival do insólito até o último minuto. Tanto o Grêmio poderia ter goleado, como o Santos poderia ter cometido o crime.
O mais provável era Douglas Costa ter uma certa retração natural após a estréia contra o Botafogo, até se percebeu isso no primeiro tempo, mas o provável não estava lá. Douglas voltou do intervalo justificando o ingresso ou a mensalidade do mês de quem estava lá. Um gênio (fico por aqui nos adjetivos para não contribuir no estrago do guri), de 18 anos que comandou o meio de campo 100% prata da casa onde Rafael e Magrão já parecem veteranos.
O que contribuiu muito para esta jornada Stephen King da noite de ontem foi a dissonância da zaga em relação ao restante do time. Era visível desentrosamento entre Thiego e Jean. Cada subida de Rever para o ataque era acompanhada do temor do contra-ataque santista com os dois cuidando da casa.
A arbitragem como não podia deixar de ser, também deu sua parcela de emoção ao jogo. Tenta-se, mas é um esforço cada vez maior não falar dela em qualquer resenha deste campeonato. A que ponto chegamos: desta vez podemos comemorar o fato dela ter errado democraticamente. Cada um com seus problemas e reivindicando seu próprio pênalti não marcado. Bonito isso. Excêntrico também.
Cristiano Bonatto

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