quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pit-stop tricolor.

Por Silvio Pilau


Ao contrário da maioria, fui a favor da implementação dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro. Tudo bem que poucas coisas se comparam à emoção de uma grande final ou os últimos minutos de um mata-mata, mas – fã dos torneios europeus – sempre tive certeza de que o coração continuaria sempre no limiar da garganta e os campeonatos, claro, mais justos.


Hoje, só quem não acompanha o futebol pode afirmar que o campeonato de pontos corridos não gera emoção. A cada rodada, os times estão brigando por algum objetivo, seja o título, a Libertadores, a Sul-Americana ou mesmo escapar da zona de rebaixamento. Cada nova partida é uma decisão. Cada duelo é um mata-mata em potencial.


Lembro que um dos argumentos dizia que o Grêmio jamais seria campeão nacional em um torneio com esta fórmula. O Tricolor era um time copeiro, de jogar com resultado embaixo do braço e de levantar troféus com empates. Eu não discordava. O Grêmio sempre foi, é e continuará sendo assim. Porém, nunca concordei que o Grêmio era exclusivamente isso. O Tricolor é, em essência, um time campeão. Ponto.


E já provou isso. Começou provando em 2006, sempre contra as expectativas, ao encerrar o campeonato em um surpreendente terceiro lugar. Provou em 2007, quando brigou até o final por uma vaga na Libertadores. E, acima de tudo, está provando agora, liderando com seis pontos de diferença para o segundo colocado e com grandes chance de, mais uma vez, se tornar campeão brasileiro.


Claro que a fórmula dos pontos corridos tem suas dificuldades. Até aqui, o Tricolor navegou por mares tranqüilos, sem grandes problemas de lesão ou confusões extra-campo. Mas jogar sempre no limite tem seu preço. O Grêmio ficou devendo nas últimas rodadas. Os problemas físicos começam a surgir e até um problema pessoal do comandante Roth veio à tona quando mais precisamos dele. Conveniente, não?


Mas sei que superaremos isso. Sempre o fazemos. Os recentes tropeços são nada mais que um pit-stop tricolor. No primeiro turno, o Grêmio não jogou bem por umas quatro partidas seguidas, mais ou menos na época do duelo contra o Sport, na Ilha do Retiro. Logo depois, engrenou. É o que vai acontecer agora. A oscilação faz parte de um campeonato longo como esse. Estas pedras no caminho não são grandes. Ou até podem ser, mas o Grêmio é muito maior. Vai passar facilmente por cima delas e chegar a dezembro com o peito cheio de orgulho.


Orgulho e, claro, mais uma faixa de campeão.

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