segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Mais raça que juízo

O restante da rodada já tinha terminado e as atenções de todas as torcidas que se mantêm vivas na disputa do título se voltavam para os econômicos 4 minutos de acréscimos do Estádio dos Aflitos. A aflição ia além do nome do estádio. Era a cara do Náutico tentando segurar uma vitória importante em sua disputa particular, contra a aflição do líder, que tentava encerrar uma jornada de dois jogos fora com um pouco de dignidade e mantendo a mesma distância dos demais com que saíra de Porto Alegre. Estava tudo dando certo, o líder que se desequilibrara na rodada anterior estava indo com a fuça no chão. Até que socos na mesa se ouviram por todo o país: “Time desgraçado!!”

100% transpiração, 0% inspiração em uma partida fadada a nunca mais ser normal desde 25/11/2005, até mesmo quando o jogo é horrível como o que se viu ontem. O gramado dos Aflitos (que o mandante parece fazer questão de não reformar), serve de explicação mas não de justificativa. O Grêmio deixou escapar outra vez, por seus próprios méritos, a vitória e os pontos que lhe dariam tranqüilidade. Desta vez contra um adversário desfalcado de importantes titulares e jogando 49 minutos sem goleiro. Era só chutar a gol e partir pro abraço, mas nem isso o time conseguia fazer.

Também teve o fator catimba do time do Náutico. Nenhum demérito nisso, que fique claro, faz parte do jogo. O lamentável é o juiz participar dele. Vagner Tardelli: uma espécie de Leandro Vuaden às avessas. Outra observação talvez desnecessária: bafômetro pro tiozinho do carro maca, que entrava em campo quando não era chamado e quase colidiu com a trave. Num jogo destes, com tanta cara de Avellaneda anos 80, só faltava mesmo nosso goleiro ir para a área no escanteio, não voltar mais e participar passivamente do gol de empate no último segundo, com direito á bate-rebate. Esse é o Grêmio (“time desgraçado!”).

Não foi o caso de “sorte de campeão”, essa nós gastamos no dia em que a arbitragem falhou para o lado errado. Foi mais raça que juízo mesmo. Só que agora chega, Roth terá pela segunda vez no mês uma semana inteira para trabalhar. Esperamos que seja mais proveitosa que a primeira. Além de puxar a corda, está na hora de ver que tem ingrediente de qualidade mais que maduro querendo entrar nessa receita. Nada melhor que o caldeirão do Olímpico fervendo para isso. Coparemos!

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