sexta-feira, 18 de julho de 2008

Geral, a maior das conquistas

Por César Cidade Dias


Acompanho o Grêmio desde que nasci. Vi, in loco, quando Catimba ganhou asas e conquistamos o Gauchão de 77. Vi Renato, o ídolo máximo, embretado na ponta, jogar a bola branca aos céus e deles cair a Libertadores de 83 contra o Peñarol. Vi também o grande Grêmio de 86, formado pelo Dr. Adalberto Preiss, que contava apenas com jogadores formados nas categorias de base do clube. Vi a década de ouro sentado em meu lugar no eterno Olímpico. Vi Cacalo brigando à beira do campo. Vi Felipão e o seu jeito único. Vi Jardel e sua cabeça abençoada. Vi Dinho mostrando suas travas e seu amor pelo Tricolor. Vi o gol contra de Marulanda e a América tingindo em três cores uma vez mais. Vi o Grêmio bailarino de Tite e tantas, tantas outras vitórias.Durante esses meus 38 anos, o Grêmio conseguiu ser um mar de infinitas alegrias. Eu vi crescerem incontáveis craques na nossa casa e assisti a outros grandes talentos se unirem à nossa paixão. Fui receber Ancheta, o maior defensor da maior de todas as Copas, e Telê, mestre definitivo da casamata. Eu vi chegar Dener e sua habilidade inexplicável. Eu vi partir Dener, fugaz e maravilhoso como um sonho bom, a quem demos a única glória em vida. Eu vi Portaluppi voltar ao Monumental, eu vi Marcelinho Paraíba calando os paulistas. E até "El Jefe" Astrada eu vi vestir o manto. Muito liguei para o Fica Jardel, comprei mais de um título em várias campanhas de novos sócios. Fui, sou e serei sempre um gremista de todas as horas. Tenho orgulho de todos os nossos presidentes, sejam nas horas boas ou ruins. O Grêmio, para mim, é maior do que todas as suas administrações.Mas em época de novas contratações, com Souzas, Tchecos e Ortemanns aportando no Largo dos Campeões, acabei me defrontando absurdamente com a minha razão, tão pouco usada nestes muitos anos de Grêmio. Entendi que a força do nosso clube está fora do campo. A maior de todas as conquistas da história é a Geral do Grêmio. O fundamental reforço vem de trás do gol. E joga a morrer durante os noventa minutos. Cheguei à conclusão de que a Geral do alento intermitente, a Geral das barras estiradas como braços em riste, a Geral, meio torcida, meio loucura, a Geral, enfim, do espetáculo de paixão absolutamente único no país é quem faz o clube sobreviver.
É ela quem escora o corpanzil de Marcel no ar e o faz acertar um voleio impossível. É ela quem coloca no pé de Tcheco a precisão de um atirador de elite. É ela quem transforma Victor, um desconhecido de Barueri, numa parede de gelo intransponível, no goleiro revelação do Brasileirão. É ela quem posta o menino Léo à frente da área um dia protegida por Airton e, pouco depois, o vê brotando na lista de compras de metade dos clubes da Europa.O Grêmio é maior do que todos por causa da sua torcida. Hoje, tenho orgulho de dizer que vou ao Olímpico para ver todo o Grêmio. Os nossos jogadores, o nosso estádio, a nossa história e a nossa grande torcida: a Geral do Grêmio, a maior conquista de todos os tempos.

Um comentário:

Guilherme disse...

Caro turista,

A saber... a Geral é do GRÊMIO e não o GRÊMIO é da Geral.

A torcida do GRÊMIO é sua maior conquista, mas a Geral é apenas UMA das torcidas. Dentro do estádio temos torcedores nas arquibancadas, nas cadeiras, sociais, camarotes...

DÁ-LHE GRÊMIO!!!