quinta-feira, 5 de junho de 2008

O desafio e a nossa parte

Saída de Grêmio x Flamengo, rumo ao portão 10 ouço o comentário de alguém: “Se o Jardel tivesse aí era goleada”. Não se tratava de uma ironia. Sete anos sem um título de expressão e mais uns tantos sem ver um atacante terminando a temporada como goleador pelo menos da equipe, explicam esse ingênuo delírio por grande parte da massa tricolor. No imaginário popular, Jardel já apareceu á beira do gramado com a 16 entrando no lugar de Soares para cabecear ás redes a primeira bola em sua direção.


Dizer que o Super Mario nas atuais condições - gordo, sem jogar desde o início do ano e a apenas três meses do último teco - é melhor que todos os nossos atacantes juntos, pode ser uma tirada legal em uma mesa de buteco, porém, transformar isto em um fato é uma irresponsabilidade cruel com o ser-humano Jardel. O respeito por quem nos deu de tudo, começa por encarar os fatos como eles são.


Ontem o atacante desembarcou em Porto Alegre para um período de recuperação em um projeto desenvolvido exclusivamente para seu caso, na UFRGS. Recebido no Salgado Filho como nas tantas vezes que aquele aeroporto lotou. Desta vez, não havia troféu na bagagem, mas a torcida estava lá. Não abandonamos nossos ídolos. Impressionante a expressão de flash-back do jogador nas fotos dos jornais.É possível a recuperação do Jardel, mas isso não será em meses muito próximos e dependerá principalmente dele mesmo. O Grêmio também pode e deve ter sua parcela nesta recuperação acenando com alguma esperança de aproveitamento futuro do jogador.


Quem sabe em um contrato de risco, a princípio entrando no decorrer de algumas partidas, como um amuleto. Nossa parte também será feita se soubermos separar o homem que está nesta batalha do herói que estampa trapos no Olímpico. Esta memória que nunca se apagará, não pode acabar se transformando em mais um obstáculo.Força Jardel, estamos contigo.

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