quinta-feira, 10 de abril de 2008

Reformulação

Por Silvio Pilau
É hora de voltar um pouco no tempo. Não precisa ser muito. Nem precisamos de um DeLorean para conseguirmos tal façanha. Basta a nossa memória. A lembrança de uma surpreendente noite de fevereiro quando o Grêmio, mesmo sem ter jogado bem, conquistou uma vitória contra o irmão Jaciara. Surpreendente não pela fraca atuação ou pela vitória, mas pela demissão de Wagner Mancini, técnico até então invicto e que começava a dar uma cara para um time desacreditado.

Pois viajemos mais uma vez, agora para um tempo mais recente. Uma semana atrás, Goiânia, estádio Serra Dourada. O Grêmio tem atuação pífia contra um clube da terceira divisão nacional e sai derrotado, complicando a situação na Copa do Brasil. Outra viagem para quatro dias depois, em um final de tarde no Olímpico. Com a classificação para as semifinais do Gaúcho nas mãos, o Grêmio faz fiasco diante do Juventude e é eliminado em casa.

Tempo atual. Ou, mais especificamente, ontem à noite. Ainda de ressaca pela surpreendente desclassificação contra o Ju, o Tricolor enfrenta o Atlético-GO mais uma vez, jogando sob o risco de ficar um mês sem partidas oficiais. A atuação é, novamente, discreta. Em uma disputa de pênaltis, o dragão goiano elimina o Tricolor, jogando por terra os sonhos do pentacampeonato da Copa do Brasil.

“E agora?”, a gente se pergunta. E agora, Pelaipe? E agora, direção? Dois pesos, duas medidas? Mancini foi demitido após uma vitória, sem ter perdido qualquer jogo. Roth, enquanto não precisou mexer muito na equipe, manteve a série de vitórias. Assim que as circunstâncias exigiram que demonstrasse sua capacidade como treinador, fracassou. Dois fiascos monumentais. Fiasco mesmo, vergonha.

Roth jamais foi bem aceito em seu retorno ao Grêmio. Por que a direção não ouve a torcida? Entendemos muito mais de futebol que eles. Deu, Roth. Chega. Vá para não mais voltar. Não é a primeira passagem que sai escorraçado pela torcida, mas espero que seja a última. Direção, tome alguma atitude. Já não basta terem montado um time infinitamente aquém da grandeza do Grêmio. Não causem ainda mais revolta mantendo o ex-bigodudo. A situação dele está insustentável.

Parabéns a todos os jogadores pelo esforço. Sim, apesar dos fracassos, eles jamais desistiram e foram ao limite de sua capacidade técnica. Não são os culpados. Utilizaram todas as forças para realizar o melhor trabalho possível. Arrisco dizer que até entenderam a honra de vestir a camisa tricolor, lutando até o final para superar as adversidades. A culpa é da direção, que montou essa equipe de nível de campeonato catarinense, e do técnico. E que se foda o politicamente correto. Agora é, sim, hora de procurar culpados. E a culpa é de Roth e da direção.

Querem se redimir? Quer dar a volta por cima, Pelaipe? Vai ser difícil, mas ainda dá. Reformulem. Tudo. Temos um mês pela frente antes do início do Brasileiro. Em 30 dias pode-se fazer muita coisa. Coloquem os assuntos da Arena em stand by para serem retomados apenas em 12 de maio. Agora, mandem Roth embora e tragam um treinador capacitado. E, por favor, tragam reforços. De qualidade. Não queremos mais jogadores de grupo. Queremos gente que saiba jogar, para fazer companhia a Roger. Vamos montar um grupo, não apenas um time.

E chega desse desabafo. Vou parar de escrever porque amanhã é meu aniversário e tenho um longo dia pela frente. Só espero que, ao acordar, eu ganhe de presente uma boa notícia sobre a demissão de alguém.

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